terça-feira, 12 de junho de 2012

Lázaro



Lázaro , Lázaro !
Sou atento ao paraíso que te chamou pelo nome .
quando tudo era silêncio , quando nada se movia.

Porém aqui tudo que escuto é diferente.
aqui os signos tombam e nenhum Deus reverbera.

Será que é medo essas manhãs sem algarismos ?

Também corri atrás da mesma luz que você.
atrás do mesmo chamado , na superfície mais doce da fábula.

E sei do lenho entre as pedras. 
dos gestos que não vingam.
mas que se repetem na nossa épica jornada.

Aqui a luz é pouca , Lázaro!
cíclica , foge ao compromisso de ser grande
e não sugere um novo pacto.

Sua tarefa é cada vez mais onerosa.
sem milagres , e sem o brilho secreto para gerar novas sementes.

Apenas esse roteiro indecifrável é a nossa eternidade.
com suas asas , e suas danações.

Aqui a luz é pouca , Lázaro !
mas sou  atento áquela voz que te chamou pelo nome .

 E de algumas mortes 
   
    Também sei voltar .




(Moisés Poeta)